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A coluna deste final de semana traz mais detalhes da pesquisa encomendada pela Assembleia Legislativa, que apontou que a região de Santa Maria teve a menor queda de renda no Estado na pandemia. Esse mesmo levantamento também revelou que quase 20% das famílias em Santa Maria tiveram algum estudante que precisou trancar a faculdade ou desistir de cursar o Ensino Superior. A diretora do Instituto Pesquisas de Opinião (IPO), Elis Radmann, avaliou os resultados dessa pesquisa e diz que a Assembleia deve aprovar um programa de bolsas de estudo para ajudar esses jovens a voltar a estudar.
A pesquisa apontou ainda que 17,4% das famílias de Santa Maria têm algum estudante que precisou trancar a faculdade ou desistir de fazer curso superior desde que começou a pandemia do coronavírus - foram 8,7% que precisaram trancar e 8,7% que tiveram de parar de estudar. O pior resultado foi na região de Uruguaiana, onde 21,3% das famílias têm algum estudante que precisou interromper os estudos. Em Passo Fundo, só 11% tiveram de parar o curso superior.
Com base na pesquisa, deve ser criada uma bolsa de estudos para beneficiar esses estudantes e ajudá-los a voltar a estudar.
Segundo Elis, a Assembleia Legislativa pegou um projeto de lei que estava engavetado e deve aprovar, em breve, um programa de bolsas para esses estudantes. É uma prova de que esse tipo de pesquisa é fundamental para ajudar os governantes a fazer políticas públicas para amenizar os problemas da população.
Famílias da região foram as que menos tiveram menos queda de renda no Estado durante a pandemia
Na pesquisa, foram ouvidas 1,5 mil pessoas de mais de 40 cidades para avaliar o impacto da pandemia da Covid para os gaúchos. Um dos destaques foi que, na região de Santa Maria, 59,7% das famílias responderam que tiveram queda de renda durante a pandemia, o que foi o menor índice entre todas as regiões do Estado. Os piores resultados foram de Pelotas, com 71,1%, e Porto Alegre, com 72%. A mesma pesquisa aponta que 40% das famílias de Santa Maria não tiveram nenhuma queda de renda, o melhor índice no Estado, o que se deve ao fato de Santa Maria ter um grande contingente de funcionalismo público. Por terem renda garantida, isso reduz o impacto da crise econômica.
- Santa Maria e região, especialmente Santa Maria, tem um percentual consistente de funcionários públicos, com uma renda fixa, que não foi impactada pela pandemia. Esses funcionários mantêm a roda girando. Muitos, por exemplo, deixaram a faxineira em casa e continuaram pagando. Então, toda essa rede de relacionamentos e de trabalho que se constitui a partir renda do funcionalismo público conseguiu criar esse fenômeno. Um grau de sustentabilidade melhor, ou seja, conseguiu manter uma desigualdade social menor, enquanto que essa desigualmente aumentou bastante na região de Passo Fundo porque lá tem um incidência menor de funcionalismo e o comércio e a parte de indústria e serviços foram muito afetados. É o efeito cascata que eles fazem. Pois eles (servidores públicos) continuaram consumindo, talvez tenha mudado a forma. É todo esse efeito dominó que faz ele consumir em Santa Maria e tornar esse cenário mais favorável. Ele traz renda para a cidade e consegue fazer a cadeia funcionar melhor - diz Elis.
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Por outro lado, a pesquisa revelou que 28% das famílias na região de Santa Maria precisaram de apoio de parentes, amigos ou entidades para comprar alimentos durante a pandemia. É um índice maior do que nas regiões de Uruguaiana e Caxias, que ficaram com 16% e 17%, respectivamente. Os piores resultados foram nas regiões de Porto Alegre e Passo Fundo.
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